Nesta secção3.3, debruçamo-nos sobre
enquanto espaço vectorial real. Repare que as colunas de
formam uma base de
, pelo que
. Mostre-se que de facto geram
. Se se denotar por
a coluna
de
, é imediato verificar que
. Por outro lado,
implica
, e portanto
. O conjunto
é chamado base canónica de
.
Por exemplo, o conjunto
é um subespaço de
. De facto, repare que
.
Equivalentemente,
Ou seja, a independência linear de
Octave
Com base no teorema anterior, vamos mostrar que
> u=[1; 2; 3; 3]; v=[2; 0; 1; -1]; w=[0; 0; -1; -3];são linearmente independentes. Tal é equivalente a mostrar que
> rank([u v w]) ans = 3Para
> rank([u v y]) ans = 2
Escrevendo
como
temos que
isto é,
Octave
Considerando
como no exemplo anterior, vamos verificar se
. Para
, tal é equivalente a verificar se
tem solução.
> u=[1; 2; 3; 3]; v=[2; 0; 1; -1]; w=[0; 0; -1; -3]; octave:23> A=[u v w] A = 1 2 0 2 0 0 3 1 -1 3 -1 -3Ou seja, se
> rank(A) ans = 3 > rank([A y]) ans = 3De uma forma mais simples,
> rank(A)==rank([A y ]) ans = 1Já o vector
> rank([A [0;0;0;1]]) ans = 4
Vejamos qual a razão de se denominar ``espaço das colunas de
'' a
. Escrevendo
através das colunas de
, pela forma como o produto de matrizes foi definido, obtemos
O teorema anterior afirma que
Se
for invertível, então
(neste caso, tem-se necessariamente
). De facto, para
, podemos escrever
, pelo que, tomando
, temos
. Portanto,
Se
são matrizes reais para as quais
existe, temos a inclusão
. De facto, se
então
, para algum
. Ou seja,
, pelo que
.
Se
for invertível, então
. Esta igualdade fica provada se se mostrar que
. Para
, existe
tal que
, e portanto
.
Recordemos, ainda, que para
matriz real
, existem matrizes
permutação, triangular inferior com 1's na diagonal (e logo invertível) e escada, respectivamente, tais que
Ou seja,
Finalmente, e a comprovação deste facto fica ao cargo do leitor, as linhas não nulas de
, matriz obtida de
por aplicação do método de eliminação de Gauss, são linearmente independentes.
Para
definidas atrás,
Ou seja, o espaço das linhas de
Seja
a forma normal de Hermite de
. Portanto, existe uma matriz permutação
tal que
, onde
. Repare que
, já que o conjunto gerador é o mesmo (ou ainda, porque
é invertível). As primeiras
colunas de
formam uma base de
, e portanto
. Pretendemos mostrar que
. Para tal, considere o lema que se segue:
Usando o lema anterior,
Sendo
Octave
Considere os vectores de
> u=[1; 0; -2]; v=[2; -2; 0]; w=[-1; 3; -1];Estes formam uma base de
> A=[u v w] A = 1 2 -1 0 -2 3 -2 0 -1 > rank(A) ans = 3Já os vectores
A=[u v q] A = 1 2 -5 0 -2 6 -2 0 -2 > rank(A) ans = 2e portanto
A questão que se coloca aqui é: como obter uma base para
?
Octave
Suponha que
é a matriz escada de linhas obtida da matriz
. Recorde que
, e portanto
. Portanto, e considerando a matriz A=[u v q] do exemplo anterior, basta-nos calcular a matriz escada de linhas associada a
:
> [l,V,p]=lu(A'); V' ans = -5.00000 0.00000 0.00000 6.00000 1.20000 0.00000 -2.00000 -2.40000 0.00000As duas primeiras colunas de V' formam uma base de
Em primeiro lugar, verifica-se que as
colunas de
com pivot, digamos
são linearmente independentes pois
é possível determinado.
Em segundo lugar, vamos mostrar que as colunas de
correpondentes às colunas de
com pivot são também elas linearmente independentes. Para tal, alertamos para a igualdade
, onde
indica a
-ésima coluna de
. Tendo
, e como
é possível determinado, segue que, pela invertibilidade de
, a equação
admite apenas a solução nula. Mas
é a matriz constituída pelas colunas
de
, pelo que estas são linearmente independentes, em número igual a
. Visto
, essas colunas constituem de facto uma base de
.
Octave
Seja A a matriz do exemplo anterior:
> A A = 1 2 -5 0 -2 6 -2 0 -2Vamos agora descrever esta segunda forma de encontrar uma base de
> [l,u,p]=lu(A); u u = -2 0 -2 0 -2 6 0 0 0Uma base possível para
Finalmente, como
, temos a igualdade
Repare que
já que
se e só se
. Na resolução de
, é feita a separação das incógnitas em básicas e em livres. Recorde que o número destas últimas é denotado por
. Na apresentação da solução de
, obtemos, pelo algoritmo para a resolução da equação somas de vectores, cada um multiplicado por uma das incógnitas livres. Esses vectores são geradores de
, e são em número igual a
, onde
. Queremos mostrar que
. Seja
a forma normal de Hermite de
; existe
permutação tal que
, tendo em mente que
. Como
é invertível, segue que
. Sendo
a matriz obtida de
fazendo trocas convenientes de colunas, tem-se
. Definamos a matriz quadrada, de ordem
,
. Como
segue que
, e portanto as colunas de
pertencem a
. Mas
e as suas últimas
colunas são linearmente independentes (já que
). Logo,
. Pelo que vimos atrás,
. Segue das duas desigualdades que
Como
, obtemos, finalmente,
Octave
Vamos aplicar os resultados desta secção num caso concreto. Considere o subespaço
de
gerado pelos vectores
. Como temos 5 vectores de um espaço de dimensão 3, eles são necessariamente linearmente dependentes. Qual a dimensão de
?
é o espaço das colunas da matriz
, cujas colunas são os vectores dados:
> A=[1 2 3 4 5; 2 -3 1 1 0; 1 -1 2 2 4];Ora
> [L,U,P]=lu(A); U U = 2.00000 -3.00000 1.00000 1.00000 0.00000 0.00000 3.50000 2.50000 3.50000 5.00000 0.00000 0.00000 1.14286 1.00000 3.2857Ou seja,
> b=[0; -2; -2] b = 0 -2 -2 > B=A(:,[1,2,3]) B = 1 2 3 2 -3 1 1 -1 2 > coord=inverse(B)*b coord = 1.00000 1.00000 -1.00000Ou seja,
pedro 2007-05-29