Os grafos e
são isomorfos,
se exitir uma bijecção
tal que
. Ou seja, existe uma bijecção entre o conjunto dos vértices dos dois grafos de tal forma que a incidência é preservada. Na prática, significa que se toma outra indexação para os vértices. Se
for o isomorfismo, então escrever-se-á
.
Dados dois grafos, uma forma possível de se testar o isomorfismo é percorrer todas as bijecções entre os dois conjuntos de vértices (repare que por (1) da proposição estes são necessariamente equipotentes) até se encontrar uma que preserva a vizinhança. Suponha que
. Então existem
bijecções possíveis, o que se para grafos com poucos vértices é realizável, torna-se num algoritmo pouco prático para outros grafos. Tal suscita o chamado Problema do Isomorfismo de Grafos, que pode ser exposto, de uma forma ingénua assim:
Existem formas imediatas de teste de não isomorfismo, nomeadamente fazendo uso da proposição anterior. Em primeiro lugar, existe a condição de equipotência tratada nos pontos (1) e (2) da proposição. Por exemplo, não são isomorfos
Vejamos como se relacionam as matrizes de adjacência de dois grafos isomorfos. Para tal, dizemos que duas matrizes , quadradas com a mesma ordem, são permutacionalmente semelhantes,
, se existir uma matriz permutação
(ou seja, é obtida da matriz identidade fazendo trocas de linhas) tal que
.
Um grafo está contido num grafo
,
, se
e
.
é subgrafo de
se
.
Um subgrafo
de
é gerador se
. Ou seja, tem exactamente o mesmo conjunto de vértices.
Para
, o subgrafo induzido por
,
, é o subgrafo maximal
de
com
. Este subgrafo é denotado por
.
A proposição seguinte dá-nos outra forma de mostrar o não isomorfismo entre grafos (ou seja, fornece mais uma condição necessária do isomorfismo de grafos).
Mostremos o não isomorfismo entre os grafos seguintes, denotados respectivamente por e
:
Um problema que se coloca é, de alguma forma, o recíproco da proposição. Por outras palavras, se certo tipo de subgrafos induzidos são isomorfos então serão os grafos isomorfos? Vejamos que tipo de subgrafos induzidos nos interessam.
Para
,
é o subgrafo de
induzido por
.
Ou seja,
denota
. A lista de subgrafos de vértice eliminado é a representação dos subgrafos
, onde
percorre o conjunto dos vértices. Por exemplo, o grafo
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O Problema da Reconstrução do Grafo consiste em decidir se dois grafos não isomorfos com 3 ou mais vértices podem ter a mesma lista de subgrafos de vértice eliminado.
Acrescente-se que, de forma independente, em 1977 foi mostrado por B. McKay e por A. Nijenhuis, recorrendo a computadores, que um possível contra-exemplo da conjectura teria que ter, pelo menos, 10 vértices.
Recorde a definição de digrafo completo. Ao se considerarem grafos (ou seja, digrafos simétricos), a noção de grafo completo é a induzida pelo digrafo, com a nuance de se assumir que o digrafo é simples. Ou seja, um grafo simples (isto é, sem lacetes), diz-se completo de quaisquer dois vértices são vizinhos um do outro. Um -grafo completo é denotado por
.
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Um bigrafo ou grafo bipartido
é tal que
, com
mas
, e
. Ou seja, toda a aresta é incidente com um vértice de
e um vértice de
. Portanto, existe uma partição do conjunto dos vértices de tal forma que dois vértices na mesma componente da partição não são vizinhos.
Um bigrafo é completo se tiver todas as arestas possíveis incidentes com um vértice de e um de
. De outra forma,
Se
então com grafo bipartido completo com
como vértices denota-se por
. Por exemplo,
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O grafo bipartido completo
chama-se, por razões óbvias, estrela.
Note-se que
.
A demonstração é feita por indução sobre o número de arestas.
Prove-se o resultado para grafos . Ou seja, o grafo tem
vértices e 1 aresta (
). Tem-se então que existem apenas 2 vértices
incidentes. Ou seja,
e
, para
. A igualdade do teorema de Euler é satisfeita de forma imediata.
Suponhamos agora que a igualdade é válida para grafos . Pretende-se que tal é suficiente para a validade da igualdade em grafos
. Seja, então,
um grafo com
vértices e
arestas. Sejam
uma aresta de
fixa arbitrariamente e
. Ora
é um grafo
, pelo que a hipótese de indução mostra que
Ao incluirmos a aresta , esta contribui com 2 unidades na soma total dos graus dos vértives de
. Logo, e recordando que
,
Dado um grafo simples
, então
Se
, então
. Neste caso, diz-se que o grafo é regular com grau
, ou que o grafo é
-regular.
Um grafo regular com
chama-se um grafo cúbico.
Os grafos platónicos são os correspondentes2 aos cinco sólidos platónicos3. Saliente-se, no entanto, que um grafo cúbico não é necessariamente o cubo. Como exemplo, repare no grafo de Petersen: