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Representação com matrizes

A um $ (p,q)$-grafo $ {\cal{G}}$ podemos associar, de forma única, uma matriz $ p\times p$, $ A_G=A({\cal{G}})$, denominada matriz de adjacÃ^ancia de $ {\cal{G}}$, cujas linhas e colunas estão indexadas da mesma forma a uma ordenação dos elementos de $ {\cal{V}}$, definida por

ALT=

onde $ u,v\in {\cal{V}}$.

Claro que ao apenas considerarmos grafos ao invés de multigrafos, então as entradas da matriz de adjacência podem apenas tomar os valores 0 e $ 1$.

Considere os grafos

$ \xymatrix{
\ar@(ul,ur)u \ar@{-}[r]\ar@{-}[rd] \ar@{-}[d]& v\ar@{-}[d] \\
x \ar@{-}[r] & w}$ $ \xymatrix{
a \ar@(ul,ur)\ar@{-}[r] \ar@{-}[rd]\ar@{-}[rdd]& b\ar@{-}[d]\\
& c\ar@{-}[d] \\
& d }$

Ordenando os vértices do primeiro grafo da forma $ (u,v,w,x)$, a matriz de adjacência é

$\displaystyle A=\left[\begin{array}{cccc}
1&1&1&1\\
1&0&1&0\\
1&1&0&1\\
1&0&1&0\end{array}\right].$

Como exercício, calcule a matriz de adjacência do segundo grafo, ordenando os vértices como $ (a,b,c,d)$.

Como é óbvio, a matriz de adjacência de um grafo (não dirigido) é simétrica.

Vejamos agora o caso dos digrafos.

Nas mesmas condições da definição para grafos, a matriz de adjacÃ^ancia de um digrafo $ {\cal{D}}=({\cal{V}},{\cal{A}})$ é a matriz $ A_D$ definida por

ALT=

onde $ u,v\in {\cal{V}}$.

Como exemplo, $ \left[\begin{array}{cccc}1&1&1&1 1&0&1&0 0&0&1&0 0&0&1&0\end{array}\right]$ é a matriz de adjacência do digrafo

$\displaystyle \xymatrix{
\ar@(ul,ur)u \ar@/_/[r]\ar[rd] \ar[d]& \ar@/_/[l]v\ar[d] \\
x \ar[r] & \ar@(rd,ru) w}$

considerando a ordenação dos vértices como $ (u,v,w,x)$.

Repare que a linha correspondente ao vértice $ u$ diz-nos que de $ u$ é extremidade inicial de todas as arestas, e que a coluna correspondente ao vértice $ w$ diz-nos que $ w$ é extremidade final de todas as arestas. Voltaremos mais tarde a esta noção de alcance.

A um grafo $ {\cal{G}}$ podemos associar uma matriz, a matriz de incidÃ^ancia, para uma certa ordenação dos vértices (a que se farão corresponder as linhas) e das arestas (a que se farão corresponder as colunas) fixa previamente, da seguinte forma:

$\displaystyle I_{\cal{G}}[v,e]=\left\{ \begin{array}{ll}
0 & \text{se $e$ não ...
...não é lacete em $v$}\\
2 & \text{se $e$ é lacete em $v$}
\end{array}\right.$

onde $ v\in {\cal{V}}$ e $ e\in {\cal{A}}$.

Calculemos a matriz de incidência do grafo já visto anteriormente, ordenando os vértices como $ (u,v,w,x)$ e as arestas como $ (a,b,c,d,e,f)$:

$ \xymatrix{
\ar@(ul,ur)^a u \ar@{-}[r]^b\ar@{-}[rd]^d \ar@{-}[d]_f& v\ar@{-}[d]^c \\
x \ar@{-}[r]_e & w}
$ $ I_{\cal{G}}=\left[\begin{array}{cccccc}
2& 1 & 0 &1 &0&1\\
0&1&1&0&0&0\\
0&0&1&1&1&0\\
0&0&0&0&1&1\end{array}\right]$

Como é fácil de verificar, uma outra ordenação dos vértices leva a troca de linhas da matriz de incidência, e uma outra ordenação das arestas a troca de colunas da matriz de incidência.

Proposição 3.1   A soma das entradas de uma qualquer linha da matriz de incidência é igual ao grau do vértice respectivo.

Considere um vértice $ v$ do grafo de forma arbitrária, bem como as arestas das quais $ v$ é extremidade, mas que não são lacete em $ v$ Estas são em número igual $ \partial(v)$, que iguala o número de 1's na linha correspondente ao vértive $ v$ na matrix de incidência. Ora um lacete $ f$ (caso exista) contribui com 2 unidades no cálculo de $ \partial(v)$, e 2 é a entrada na linha correspondente ao vértice $ v$ e na coluna correspondente à aresta $ f$.

Proposição 3.2   A soma das entradas de uma qualquer coluna da matriz de incidência é igual a 2.

Se a aresta $ e$ incide em dois vértices distintos, digamos $ u$ e $ v$, então as entradas correspondentes a $ u,e$ e $ v,e$ são iguais a 1. Uma aresta incide no máximo em dois vértices, pelo que as outras entradas dessa coluna valem 0. Se $ e$ é lacete, então incide num só vértice e a entrada correspondente é 2, sendo as restantes nulas.

A matriz de incidência de um digrafo é definida de forma análoga. Dado o digrafo $ {\cal{D}}=({\cal{V}},{\cal{A}})$, e para uma ordenação dos elementos de $ {\cal{V}}$ e dos elementos de $ {\cal{A}}$ fixa previamente, a matriz de incidência $ I_{\cal{D}}$ de $ {\cal{D}}$ é dada por

$\displaystyle I_{\cal{D}}[v,e]=\left\{ \begin{array}{cl}
0 & \text{se $e$ não ...
...não é lacete em $v$}\\
2 & \text{se $e$ é lacete em $v$}
\end{array}\right.$

onde $ v\in {\cal{V}}$ e $ e\in {\cal{A}}$.

Por exemplo, no digrafo seguinte, ordenando os vértices como $ (u,v,w,x)$ e as arestas como $ (a,b,c,d,e,f,g,h)$,

$ \xymatrix{
\ar@(ul,ur)^a u \ar@/_/[r]_c\ar[rd]_f \ar[d]_h & \ar@/_/[l]_b v\ar[d]^d \\
x \ar[r]_g & \ar@(rd,ru)_e w}
$ $ I_{\cal{D}}=\left[\begin{array}{cccccccc}
2& 1 & -1 &0 &0&-1&0&-1\\
0&-1&1&-1&0&0&0&0\\
0&0&0&1&2&1&1&0\\
0&0&0&0&0&0&-1&1\end{array}\right]$

Proposição 3.3   Num digrafo sem lacetes, a soma das entradas de uma coluna da matriz de incidência é zero.

Exercício.


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Pedro Patricio 2006-05-29