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Introdução

O ano lectivo 2006/07 presenciou a restruturação da Licenciatura em Engenharia Biológica no Mestrado Integrado em Engenharia Biológica, em consonância com o Tratado de Bolonha. Como consequência, a disciplina ``Álgebra Linear e Geometria Analítica'' viu-se substituída pela unidade curricular ``Álgebra Linear C'', onde o símbolo ``C'' tem como único propósito diferenciá-la das outras unidades curriculares semelhantes (mas que são distintas) existentes na Universidade do Minho. Na reestruturação do curso, a unidade curricular a que estas notas se referem pressupõe o recurso a uma ferramenta computacional, tendo a direcção de curso apoiado a escolha do MatLab. No que se segue, tentar-se-á complementar o estudo teórico dos assuntos com exemplos recorrendo à ferramenta computacional. Embora existam recursos que possibilitem aos alunos o uso do MatLab, estes são escassos. Tal levou a que, com o acordo da direcção de curso, se optasse pelo gnu-Octave.

A utilização de um software livre possibilita aos alunos a obtenção legal de software para o seu estudo diário, nos seus computadores pessoais. O Octave é unanimemente referenciado como um clone1.1 do MatLab, distribuído segundo a licença GPL (General Public License), existente para várias plataformas, podendo encontrar na internet diversas fontes de informação sobre (in)compatibilidades entre os dois. Outras considerações e preocupações estão descritas em http://torroja.dmt.upm.es:9673/Guillem_Site/, nomeadamente nos Apêndices C e D.

Listam-se alguns endereços úteis:

As versões do Octave usadas nos exemplos apresentados são a 2.1.73 e a 2.9.14 (x86_64-pc-linux-gnu). Foram essencialmente desenvolvidos em linux-Gentoo, em linux-Debian e em linux-Ubuntu, e (muito) ocasionalmente testados no Octave-Workshop (em Windows).

Figura 1.1: MatLab e Octave lado a lado, em Linux (no caso, Fedora 5, usado nos laboratórios do Dep. Matemática)
\includegraphics[scale=0.45]{matlaboctave.eps}

Visualmente, a grande diferença que nos é permitido identificar entre o Octave e o MatLab é o ambiente gráfico que usam. O Matlab funciona num ambiente gráfico, sendo portanto um GUI (graphics user interface), enquanto que o Octave é um CLI (command line interface).

Figura 1.2: Octave 2.1.73 num ambiente Linux (LinuxMint, baseado no Ubuntu)
\includegraphics[scale=0.75]{octave-scr.eps}

Aliás, só a partir do Matlab 6.0 se adoptou um ambiente gráfico para o MatLab. Existem, acrescente-se, variantes do Octave que o transformam num GUI. Um exemplo bem sucedido é o Octave Workshop a que fizemos referência atrás.

Figura 1.3: Octave Workshop num MS-Windows XP
\includegraphics[scale=0.37]{Octave_workshop_screenshot.eps}

Existem também implementações gráficas do Octave para ambientes Linux. Um exemplo é o Koctave.

Figura 1.4: Koctave num ambiente linux
\includegraphics[scale=0.6]{koctave-scr.eps}

Independentemente da plataforma que usar, é (quase) sempre possível instalar o octave na sua máquina. Sendo um software distribuído sob a licença GPL, o código-fonte está disponível a qualquer utilizador. Precisará, apenas, de um compilador gcc para instalar o Octave. Este processo está simplificado no Workshop, fazendo-se uso de um instalador executável. Se utilizar linux, o octave é instalado de uma forma ainda mais simples. Se usar a distribuição Ubuntu (http://www.ubuntu.com) ou uma sua derivada, ou ainda Debian ou sua derivada, então num terminal faça a actualização da lista de pacotes disponíveis: sudo apt-get update. Instale, de seguida, o octave:

sudo apt-get install octave2.1
Em alternativa, use o synaptic para gerir, de uma forma gráfica, os pacotes instaláveis no seu sistema. Para tirar partido das capacidade gráficas do Octave tem que instalar o gnuplot.

Se usar Gentoo (http://www.gentoo.org) ou uma distribuição sua derivada, não se esqueça (num teminal, como root) de sincronizar a lista de pacotes do portage: emerge -sync. Depois, verifique se há conflitos fazendo emerge -p octave. Pacotes adicionais do octave podem ser consultados fazendo emerge -s octave. Finalmente, instale o octave fazendo emerge octave. Em alternativa, pode usar o Portato para gerir, de uma forma gráfica, os pacotes instaláveis no seu sistema.

Figura 1.5: Octave num ambiente linux, no caso Gentoo
\includegraphics[scale=0.75]{oct-scr-gentoo.eps}

É possível ter, numa mesma máquina, dois sistemas operativos, usando aquele que nos realiza melhor certo tipo de tarefas. Mas se quiser manter intacto o seu sistema que não é *nix, então uma boa opção é a exploração dos LiveCD/DVD. Coloque o LiveCD/DVD na sua máquina e reinicialize-a. Terá, de imediato, um sistema linux a funcionar, embora não possa fazer quaisquer tipo de actualizações ou intalação de software. Mas a partir daqui pode, se tal for seu intento, instalá-lo na sua máquina. Existem várias distribuições que possuem um LiveCD/LiveDVD, ou seja, que prescindem de instalação em disco rígido, e que contêm o Octave, bem como outras aplicações matemáticas como o R, o YaCaS ou o GAP. Apresenta-se uma lista não exaustiva de sítios onde pode conhecer mais sobre algumas dessas distribuições.

http://dirk.eddelbuettel.com/quantian.html
http://poseidon.furg.br/
https://www.scientificlinux.org/
http://taprobane.org/

E pronto: se tudo correu como planeado tem à sua disposição o Octave, uma ferramenta computacional numérica que iremos, nos capítulos que se seguem, usar no estudo elementar de Álgebra Linear. Pode ir registando os comandos e respostas num ficheiro de texto fazendo

> diary on
Para dar ordem de fim de escrita no ficheiro, faça
> diary off

Tem, neste momento, tudo o que precisa para estudar e gostar de Álgebra Linear. Tal como todas a áreas de Matemática (de facto, de qualquer ramo da ciência) à sua inspiração tem que aliar estudo. Sugerimos que vá explorando os exemplos apresentados nestas notas com o Octave, e que compreenda o raciocínio descrito.

Boa sorte! Correcções, comentários e sugestões são benvindos.


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Pedro Patricio 2008-01-08